sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Secretaria da Justiça é palco de debate sobre juventude e racismo

                              

                              
     

“O racismo naturaliza diferenças e estabelece as desigualdades”. Foi com essa ideia que o professor e ex-secretário de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República, da Mário Theodoro conduziu palestra para representantes de movimentos sociais, de conselhos de Estado e intelectuais, sobre as Populações Estratégicas no Contexto do Desenvolvimento Brasileiro. O evento ocorreu na manhã desta sexta-feira (06), no auditório da Secretaria da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (SJCDH), e reuniu cerca de 60 pessoas.


                              


O tema foi escolhido devido ao grande número de pessoas negras existentes no país, e em virtude das dificuldades que essa parcela da população, historicamente, enfrenta. Pesquisas realizadas pela Secretaria de Assuntos Estratégicos dão conta de que, 51% da população brasileira é formada por negros e, embora haja avanços graças às políticas governamentais, os negros representam apenas 20% dos brasileiros que ganham mais de dez salários mínimos e que chegam a fazer pós-graduação no país.

O secretário da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, Almiro Sena, que presidiu a mesa de abertura do evento, reforçou a necessidade da ampliação de investimentos voltados para a população jovem, seja ela negra ou branca, para o desenvolvimento da nação. “O Brasil vive hoje um momento histórico, chamado Janela Demográfica, onde a maioria da população é composta por jovens com faixa etária de 15 a 29 anos de idade. Investir na juventude agora poderá resultar em mudanças positivas e significativas para toda a população”, destacou.

Racismo Velado

Em tom de bate papo, o professor Mário Theodoro convidou os participantes para uma reflexão crítica sobre o racismo no Brasil. De acordo com o estudioso, ainda é ventilada a ideia de que o Brasil é o lugar da democracia racial. O racismo velado foi citado como um dos maiores obstáculos de enfrentamento ao preconceito.

As políticas de ações afirmativas foram elogiadas como uma importante ferramenta de combate ao racismo. Theodoro citou como exemplo a política empregada pelos Estados Unidos, que chegou a eleger um presidente negro. Para ele, o processo de desenvolvimento do Brasil tem que considerar o componente racial. “Por muito tempo, teorias racistas definiram o negro como um atraso civilizatório, o que levou o país a apostar em um processo de ‘embranquecimento’ da nação”, disse.

Também participaram da mesa, o superintendente de Direitos Humanos da SJCDH, Ailton Ferreira; o vereador Luiz Carlos; e a Secretária de Planejamento da cidade de São Francisco do Conde, Silmara Carmo.


Fonte: site da SJCDH BA

Fotos: Cleiton Libra e Leandro Rodrigues/ Ascom SJCDH

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