segunda-feira, 29 de setembro de 2008

O DIZER E O FAZER

Pode haver grande disparidade entre a palavra e a ação de uma pessoa. Muitos se comprometem por meio da palavra, mas não pela prática. Na verdade, não deveria haver contradição entre uma coisa e outra. Deveríamos ser pessoas "de palavra". A fidelidade a Deus não se mede tanto pelo "sim" proferido nem pela descendência (religiosa ou familiar), mas pelos fatos e pelas ações concretas -são eles que validam as palavras.
A parábola do evangelho de hoje é conhecida como a dos dois filhos. Costumamos ver no primeiro filho o "povo pecador" e no segundo o "povo certinho". Dentro da comunidade ou na família, encontramos os “dois filhos”: os que dizem “sim” no batismo, mas na vida concreta esquecem que são cristãos; os que dizem “não”, mas na prática são pessoas que amam os irmãos, se sacrificam por eles e se comprometem com o projeto de Jesus. Há os bonzinhos e obedientes, mas nada fazem para mudar; e os resmungões e rebeldes que são capazes de gestos nobres. Os noivos prometem – no altar – amor e fidelidade; mas, em muitos casos, depois de alguns anos o casamento desmorona por falta desse compromisso...
As aparências podem enganar e, com freqüência, conseguem. Quantos já não foram enganados por uma “boa conversa” de alguém? Provavelmente conhecemos pessoas que dizem uma coisa e fazem outra. Cada um de nós pode ser melhor ou pior do que dizem nossos discursos. O que conta diante de Deus não são as aparências nem as simples palavras sem compromisso, mas a prática; ele olha para o que fazemos.
Por isso, é importante ter muito cuidado com nossos julgamentos, pois as pessoas que consideramos perversas por não seguir o código das nossas normas, podem ser as que nos precederão no reino de Deus. Também não é o caso de classificar as pessoas – uma vez que, com freqüência, as pessoas trazem em si um pouco do “primeiro filho” e um pouco do “segundo”. O ideal é sermos um “terceiro filho”: o que “diz sim e faz”. O sim da fé se torna o sim da vida; as palavras dos lábios se tornam gestos das mãos.

Pe. Nilo Luza, ssp

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