O Brasil respeita a liberdade religiosa. Assim está escrito na Constituição Brasileira, assim está
escrito no Estatuto da Igualdade Racial sancionado pelo então presidente Luis Inácio Lula. A Bahia respeita a liberdade religiosa, assim está definido na Constituição Estadual e no Estatuto da Igualdade Racial aprovado ontem na Assembléia Legislativa do nosso Estado, fruto das lutas do Movimento Negro. O estado brasileiro é laico.
O juiz Eugênio Rosa, que afirmou em sentença, não reconhecer as religiões de matriz africana, agora, já admitiu ter errado e considera que são sim Religiões. Se fosse caso de pena de morte ia ser difícil trazer o morto de volta. Mas o mesmo juiz considera pacífico que as redes sociais de comunicação sejam usadas para desrespeitar a Lei e as religiões. Se a moda pegar, estaremos fritos. Parece até que a Lei que vale para a TV, rádios e jornais, não vale para as redes sociais. Parece querer invalidar as tentativas de controle dessas redes e o Marco Civil apresentado à sociedade pela presidente da República, Dilma Rousseff. A crônica brasileira recente, registra vários casos de pessoas que se sentiram desrespeitadas com o uso de suas imagens nas redes sociais, e que após terem acionado a Justiça, esta logo retirou as imagens veiculadas, mesmo antes do julgamento do mérito. Mas no caso das imagens em questão, o peso da balança é outro. O juiz que errou na sentença anterior, sustentava que falta às religiões de matriz africanas um texto básico, texto, aliás, que nunca fez falta para a manutenção da cultura religiosa ancestral que o nosso povo ama, respeita e passa de geração a geração. Não foi necessário um único livro básico e mesmo assim nos respeitamos e respeitamos as religiões que possuem o seu Livro básico sagrado, convivendo com elas. Ainda bem que juízes erram. É uma questão de TEMPO, e Tempo sabe o tempo certo. O fato é que a democracia avança, esse o incômodo.
Ailton Ferreira, sociólogo, educador.
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