domingo, 23 de fevereiro de 2014

Um jornalista baiano escreveu um artigo em que me trata assim " um cidadão que se intitula com o POMPOSO cargo de Superintendente de Direitos Humanos

Um jornalista baiano escreveu um artigo no Jornal A Tarde, o mais lido da Bahia em que me trata assim " um cidadão que se intitula com o POMPOSO cargo de Superintendente de Direitos Humanos". Fico a pensar, o cargo não foi criado por mim e nem a sua nomeclatura, o título, que sempre existiu. A diferença é que antes esses cargos eram ocupados por outras pessoas, sempre das elites tradicionais do nosso Estado. Agora sou eu, um homem negro, nascido e criado na periferia, estudante de escolas públicas e que já trabalhou muito em atividades de menor prestígio e visibilidade social. Agora, na nossa vez de ocupar os cargos públicos das cotas dos brancos e ricos, aí o cargo ficou "POMPOSO". Aí está o insuportável para o jornalista que escreveu e aqueles que se escondem no silêncio. Sempre respeitei o jornalista João Carlos Teixeira Gomes, de quem li vários artigos até seu livro Memória das Trevas, no qual ele trata do período da ditadura militar na Bahia e dos governos do ex-governador ACM. Acho que ele está parecendo com alguns abolicionistas, que depois da Lei Áurea não sabiam o que fazer com os ex-escravizados, chegando a destruir as entidades de luta e os seus estatutos. Pois, já que ele sempre lutou por liberdades, que saiba conviver com o avanço da democracia. Desejo muitos anos de vida a JOCA, assim ele é carinhosamente tratado pelos amigos. Quero que o Senhor veja de pé, muitos negros e negras, pobres e populares, ocupando os "POMPOSOS" cargos de prefeitos, governadoras, presidentes, juízes e principalmente, dirigentes da nossa imprensa, até mesmo para garantir aos que nos acusam mas não suportam o debate democrático, que escrevam e manifestem democraticamente as suas opiniões, sem serem chamados desrespeitosamente de "pomposos jornalistas, pomposos escritores". Além do atual cargo de superintendente, sou sociólogo com quatro pós-graduações e vários outros cursos e especializações realizados na iniciativa privada. O cargo não foi inventado para mim, mas está sendo exercido legitimamente pela minha experiência de mais de trinta anos nas organizações da sociedade civil, governamental e não -governamental que lutam por Direitos Humanos. Portanto, se tem pompas, elas tem créditos.

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