quarta-feira, 4 de setembro de 2013

SJCDH entrega certificado às participantes da capacitação para transexuais e travestis

A titulação das 30 participantes do 1º Curso de Capacitação Profissional em Auxiliar Administrativo para Transexuais e Travestis, promovido pela Secretaria da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos – SJCDH, através do seu Centro de Educação em Direitos Humanos – CEDH, foi realizada na tarde desta terça, 03, no Auditório Pedro Milton da SJCDH, no CAB.






Além da entrega dos certificados, o evento contou com a participação da promotora pública Márcia Teixeira, que proferiu a palestra “O processo de transgenitalização e o uso do nome social”. Segundo a promotora, o curso serviu para, além da formação profissional, dar visibilidade ao segmento de maneira positiva. Ela também explicou que os temas da palestra estão correlacionados, pois o nome social só pode ser usado por quem já passou pelo processo de transgenitalização (cirurgia para mudança de sexo) e após o trâmite jurídico necessário para a troca de nome. “O estado da Bahia é um dos muitos que ainda não realizam o processo transgenitalizador. Apenas os estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre e Goiás o fazem”, informou.
“Como sobrevivente do movimento social LGBT da Bahia, eu me senti vitoriosa com a realização desse curso”, desabafou a presidente da Associação de Travestis de Salvador – ATRAS, Milena Passos, ressaltando que o Governo do Estado da Bahia já é referência na reparação LGBT.

Inclusão profissional – Segundo Bárbara Alves, do Coletivo Lesbibahia, a promoção da profissionalização do público LGBT promovida pela SJCDH é um grande passo para a descriminalização e diminuição da violência contra gays, lésbicas, transexuais e travestis. “A igualdade existe, mas nem sempre ela vem acompanhada de justiça e cidadania, como está acontecendo aqui hoje”, afirmou.
Para Thiago Figueiredo, coordenador do Instituto Pedra de Raio, entidade que ministrou o curso, a falta de acesso à educação formal colabora na não profissionalização da comunidade LGBT. “Esse curso é apenas o passo inicial para que aconteça a apropriação, pelo grupo, das ferramentas de inclusão educacional. Isso vai colaborar com seu crescimento profissional e no consequente acesso ao mercado de trabalho”, disse.
O superintendente de Apoio e Defesa aos Direitos Humanos, Ailton Ferreira, também afirmou que essa é a primeira etapa para a promoção da cidadania LGBT. “Nós não inventamos nada, estamos apenas cumprindo nossa obrigação, como gestores públicos, de colaborar na implantação de ações e projetos que promovem o acesso à cidadania para as minorias”. Segundo Ferreira, a SJCDH irá contratar como estagiária uma das participantes do curso, Copélia Rousseff, também integrante do Conselho Estadual de Direitos Humanos – CEPDH. “Vocês são protagonistas de um tempo novo, mas devem se lembrar de que agora têm a tarefa de entrar no mercado e deixar a porta aberta para que outros também possam entrar”, disse o superintendente, convocando-as a se unirem à luta pela cidadania para todos.

Fonte: Site da SJCDH Bahia
Fotos Cleiton Libra / ASCOM SJCDH

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