Em 17 de setembro de 1922 nascia António Agostinho Neto, que 53 anos depois viria se tornar o primeiro presidente de Angola. O médico angolano formado nas Universidades de Coimbra e de Lisboa fez parte da geração de estudantes africanos que viria a desempenhar um papel decisivo na independência dos seus países naquela que ficou designada a Guerra Colonial Portuguesa.
Preso pela PIDE, a polícia política do regime Salazarista então vigente em Portugal, Agostinho foi deportado para o Tarrafal, uma prisão política em Cabo Verde; sendo-lhe depois fixada residência em Portugal, de onde fugiu para o exílio. Assumiu a direção do Movimento Popular da Libertação de Angola (MPLA), do qual já era presidente honorário desde 1962. Em paralelo, passou a escrever poemas. Ao falecer em Moscovo, a 10 de Setembro de 1979, Agostinho Neto deixou atrás de si um país em chamas. Não era só Angola que vivia uma guerra civil. O MPLA também.
Agostinho Neto dirigiu a partir de Argel e de Brazzaville as atividades políticas e de guerrilha do MPLA durante a Guerra de Independência de Angola, entre 1961 e 1974, e durante o processo de descolonização, 1974/75, que opôs o MPLA aos dois outros movimentos nacionalistas, a FNLA e a UNITA. O MPLA saiu deste último processo como vencedor, declarou a independência do país em 11 de novembro de 1975 de 1975, assumindo as funções de Presidente da República, mantendo as de Presidente do MPLA, e estabelecendo um regime mono-partidário, inspirado no modelo então praticado nos países do Leste europeu.
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