terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

UNICEF lança campanha por uma infância sem racismo

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), em parceria com a Prefeitura Municipal de Salvador, através de sua Secretaria Municipal da Reparação (SEMUR) e sua Assessoria de Relações Internacionais (ARI), lança em Salvador em evento conjunto, o Observatório da Discriminação Racial, da Violência contra a Mulher e a Homofobia no Carnaval e a Campanha Nacional sobre o impacto do racismo na infância, cujo slogan é Por uma infância sem racismo. O lançamento será no dia 16 de fevereiro de 2011, no auditório do Ministério Público Estadual, às 14h.

A Campanha

Uma das faces mais perversas da discriminação racial tem por vítimas as crianças e adolescentes. Para o UNICEF, a discriminação racial não apenas persiste no cotidiano das crianças no Brasil, como também se reflete nos números da desigualdade entre negros, indígenas e brancos. Com a campanha, o UNICEF quer fazer um alerta sobre a necessidade da quebra do círculo vicioso do racismo para, dessa forma, estimular a criação e o fortalecimento de políticas públicas voltadas para as populações mais vulneráveis. A Bahia é o segundo Estado da Federação com maior população negra do País, cerca de 11,2 milhões de pessoas em 2009, e Salvador tem mais de 81% dos residentes negros.

A campanha, lançada como parte da celebração dos 60 anos de atuação do UNICEF no Brasil, tem como objetivo mobilizar a sociedade brasileira para a necessidade de assegurar a equidade e a igualdade étnico-racial desde a infância. Para o UNICEF, o combate ao racismo implica valorizar as diferenças, promovendo a igualdade de tratamento e oportunidades para cada menina e menino no Brasil, o que ainda representa um grande desafio para o País. Assim busca-se contribuir com o debate nacional sobre direitos da infância e adolescência, envolvendo cada segmento da sociedade no esforço do combate ao racismo a partir do reconhecimento de sua existência.

Foram produzidas peças gráficas com a participação do ator e embaixador do UNICEF no Brasil, Lázaro Ramos. Lázaro gravou um filme de 4 minutos, em que o texto demonstra a situação das crianças negras e indígenas no Brasil. O filme tem uma versão de 27 segundos para ser veiculado nos canais de televisão que apoiam a campanha e um spot de rádio.

Além disso, como parte da campanha, será disseminado um folheto institucional que propõe “Dez maneiras de contribuir para uma infância sem racismo”, com orientações sobre como identificar, evitar e combater atitudes e ações discriminatórias. A campanha foi lançada nacionalmente em 29 de novembro de 2010, terá duração de um ano e será acompanhada de um blog (www.infanciasemracismo.org.br).

UNICEF no Brasil – O UNICEF tem como missão colaborar com os governos dos países para que assegurem direitos iguais para cada criança e cada adolescente e considera que promover a equidade racial é de extrema importância para o desenvolvimento social e econômico das nações. Enfrentar o racismo e promover a diversidade é papel dos governos e de cada cidadão.

O primeiro escritório do UNICEF no Brasil foi instalado em 1950, em João Pessoa. Nessas seis últimas décadas, o UNICEF tem participado de importantes conquistas, como a erradicação da pólio, a redução da mortalidade infantil, a distribuição da merenda escolar e a recente ampliação da obrigatoriedade do ensino dos 4 aos 17 anos. Na Bahia, o escritório existe desde 1991 e conta com diversas parcerias com poder público e sociedade civil, mobilizando iniciativas em todo o Estado. Fazem parte dessa história importantes parcerias com segmentos dos movimentos de cultura e luta política negro, tais como Ilê, Olodum, Unegro, MNU, Ceafro/UFBA, Steve Biko, Movimento de Mulheres Negras, e indígena, como o Fórum de Educacão Indígena e os Povos Pataxós de Santa Cruz Cabrália, no Sul da Bahia.

O UNICEF é movido pelo compromisso e pela determinação de ajudar a construir um mundo onde os direitos de cada criança são cumpridos, respeitados e protegidos. No Brasil e em outros 190 países, esse trabalho é realizado em parceria com governos e sociedade. Por meio da união de forças, o UNICEF acredita que será possível superar as disparidades que ainda impedem a sobrevivência e o desenvolvimento de milhões de meninas e meninos em todo o mundo.

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